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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Prólogo 2 : Contrato

Uma pequena menina de longos cabelos brancos e pele pálida abre seus inocentes e sofridos olhos dourados, olhando ao seu redor, notando que estava em um calabouço, sentindo uma pontada de dor em seus ombros e ao olhar para cima nota que enferrujadas correntes a prendiam pelos pulsos a alguns metros do chão.

- Denovo? – ela olha tristemente para baixo e logo em seguida passando os olhos novamente pelo calabouço, como se procurasse alguém – o que eu fiz de errado dessa vez?

A menina se move, tentando se soltar em vão, desistindo e aceitando a situação em que estava, voltando a olhar para baixo, com medo do que se seguiria.

- Acordou princesinha? – um homem alto de cabelos negros e olhos vermelhos aparece da escuridão do lugar, com um sorriso sádico no rosto, junto de uma outra criatura que não sabia-se definir que raça ou até mesmo o que era.

Os cabelos da menina tornam-se negros, seus olhos ficam violetas e ela ganha um pouco mais de cor.

- O que eu fiz agora Rui?


O homem dá um sorriso malvado, chutando a garota diversas vezes enquanto os sons dos chutes ecoavam pelo calabouço escuro e sujo.

-Você não tem que saber o que é, Sakury.

A menina se encolhe levemente, engolindo a dor para si mesma e o encarando em tom de desafio.

- Então por que?

Ele passa a mão pelo corpo machucado da menina, levantando a cabeça dela para encarar aqueles exóticos olhos.

- Você me será muito útil hoje.

Dito isso Rui abre um sorriso maldoso fazendo a menina dormir em seguida.

- Ahn… Onde estou? …

Algum tempo depois a menina e abre os olhos e se encontra nua, com os pés e mãos amarrados em uma tábua de pedra dependurada por grossas correntes de ferro. Ela olha ao seu redor e nota várias pessoas cobertas por capas negras e em cada capa ha um símbolo dourado. Cada um segura uma vela vermelha que ilumina friamente seus semblantes que vão de sádicos a maldosos.Um dos encapuzados se aproxima do que parece ser o líder deles.

- Ela é a escolhida pra reencarnar a grande raposa?

O líder retira o capuz, olhando para a menina com desejo.

- Sim, finalmente chegou o dia – ele aperta um botão fazendo o teto se mover, revelando a lua na qual sua luz banha todo o lugar, principalmente a menina no centro da sala.

- Cavaleiro da ordem de Chervalier, finalmente chegou o dia que tanto esperavamos! Finalmente nossas preces serão ouvidas e a grande raposa renascerá!

Os outros membros começam a recitar um encanto em uníssono, todos olhando com desejo e expectativa pra garota presa no meio deles, alguns dos encapuzados faziam gestos e outros apenas recitavam mais alto, fazendo a lua brilhar mais forte naquela área.

- M-mas o que é isso?! – a menina exclama começando a se assustar.

- Hahah! Finalmente me livrarei essa pirralha inútil! – o líder tira sua capa, demonstrando que não possuía mais nenhuma roupa por baixo da mesma, indo em direção a mesa e subindo, indo para cima da menina que tentava se soltar em vão.

- ME SOLTA! – a menina grita, começando a chorar – NÃO!

- Irei aproveitar este último momento com você pequena!

O homem ri sádicamente, usando o corpo dela para seus próprios fins enquanto o encantamento é recitado e a menina chora desesperada. O canto se torna mais fervoroso, à medida que a luz da lua fica mais forte, quase ofuscante e começa a tomar um tom arroxeado, alguns membros saem da sala e voltam com oferendas e esculturas de raposas.

Assim que a luz da lua torna-se roxa, ela reflete-se em uma das joías das esculturas, refletindo em outra e em outra, formando um pentagrama em luz roxa.

- Me… solta… – a menina chora mais, completamente em pânico.

- AHAHA! Acabou Sakury! – ele saca uma adaga de prata debaixo da mesa e a finca no coração da menina.

O momento para naquele momento para ela. Ela sente sua respiração ficar mais pesada e sua consciencia sumir.

- Mamãe… Me ajuda… – ela então perde completamente a consciencia, morrendo pelo ferimento.

Horas parecem ter se passado quando a menina abre seus olhos violetas e nota que apenas escuridão a rodeia.

- Eu… Morri?

Ela então dá alguns passos, vendo que um caminho se ilumina a sua frente. O chão parece ser feito de água, mesmo ela não afundando gera pequenas ondulações, a iluminação é feita por algo desconhecido que apenas brilha sem forma no ar, no fim do longo caminho se encontra uma raposa branca, sentada à espera dela. A menina para na frente da raposa, notando que a mesma sentava em um trono, cravejado em pedras preciosas de diversos tipos, tamanhos e cores.

- Quem é… você? – ela olha atentamente para a raposa.

- Quem é… você? – a raposa repete as falas da menina a a encarando com seus sádicos olhos vermelhos.

As duas se encaram silenciosamente naquela vasta escuridão, uma tentando analisar a outra enquanto as luzes que iluminavam o caminho se apagam deixando apenas a área ao redor do trono com luz. A raposa suspira, se levantando, mostrando sua forma esguia e bonita.

- Humanos… Como uma criatura tão estúpida pode ainda viver? – ela rodeia a menina , encarando-a – e… Como uma criatura como você pode até então ser capturada, agredida, abusada e morta por seres como eles?

- E como são burros esses humanos… Ao invés de escolher a Youko que naquele mesmo momento está sendo morta por demônios, eles erram o encantamento e querem invocar uma raposa de 1000 anos à frente – ela ri debochadamente, sorrindo e mostrando seus afiados caninos.

- Y-youko? – a menina se assusta.

- É… Me conhece? Ah claro, na sua época estou no auge da fama. Enfim… – ela alisa o corpo da menina, curando seus ferimentos e voltando a se sentar no trono – Sinta-se a vontade, essa é sua nova casa.

A garota olha sem entender, ainda se perguntando que lugar é aquele, céu, inferno, ou nenhum dos dois, sua cabeça está cheia de pensamentos confusos e sem resposta.

- Merda… – ela olha para baixo, com um misto de raiva e ódio no olhar.

- Ora ora, que sentimento de vingança que eu sinto de você – a raposa abre um sorriso sádico, se sentando direito no trono.

- Eles… Me mataram… Eu quero… Que eles morram…. – a menina começa a tremer, chorando.

- Hm… Interessante, parece que humanos não são tão inúteis assim… Eles conseguiram corromper um anjo branco afinal – a raposa se levanta, indo até a criança – Façamos um contrato então… Eu mato eles, em troca, você me tras à vida novamente. Ela sorri maldosamente, alisando os lábios com os dedos.

- Faz muito tempo que não como humanos…

A garota olha pra raposa decidida, com seus olhos ardentes por vingança.

- Use o meu corpo…Mate todos eles…

- Ajoelhe-se a mim então criança. – ela abre um sorriso maior ao ver a menina se ajoelhar a frente dela, mantendo o olhar decidido. – O contrato começara a valer a partir de agora…

Ela encosta os lábios nos da menina, e entao tudo fica escuro.

- Hm… – a menina abre os olhos vermelhos, olhando ao redor, vendo os gritos de comemoração dos homens e o líder deles sobre si.

Os homens sorriam e uns para os outros, com sorriso malignos.

- Nossa grande deusa voltou! Agora podemos vencer qualquer exército!

A cabeça do líder voa sobre eles, e os mesmos sem entender e até mesmo em choque, olham para a menina que havia se soltado e estava com as mãos que possuíam longas unhas cheias de sangue.

- E agora a festa começa – ela ri, demonstrando toda a maldade que possuía em seu olhar, desaparecendo e vários dos homens naquela sala começam a cair em pedaços do nada, causando pânico e um banho de sangue. Alguns tentam fugir em pânico, sendo mortos rapidamente pelas garras impiedosas da garota que já estava fedendo a sangue, completamente encharcada.Ela ria e fatiava aqueles homens e por fim, já ofegante, olha para um garoto de cabelos loiros e olhos azuis parado na porta também ofegante.

- Saku… Ry? – ele a olhava assustado.

- Y-yue… – A menina de volta ao normal, corre até o garoto, afundando a cabeça no peito dele e chorando desesperadamente – finalmente você veio, me tira… daqui…

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