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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Capítulo 2: Cold

Depois de conversar com a Youko por um tempo, Tatsuuke notou que o clima se acalmava, ele rapidamente se aconchegou na cama com cuidado para não acordar a Sakury, que se agarrava a ele tentando se aquecer durante o sono, e deu um suspiro aliviado ao sentir a maciez e o calor daquele lugar, uma sensação de conforto que há muito tempo ele não sentia. Youko os observava com um olhar de raiva, não gostando da proximidade do outro perante a hospedeira. Não gostava do clima daquele lugar e muito menos gostava do segundo ser que estava lá, mas não podia fazer muita coisa já que não passava de um reflexo. Olhava tensamente para o outro, esperando para agir e matá-lo a qualquer movimento brusco.
O sol da manhã começava a surgir no céu, e ambos os anjos dormiam tranquilamente, abraçados um ao outro enquanto curtiam o calor e o conforto trazido pelo contato dos corpos, Sakury abriu os olhos lentamente, vendo o Tatsuuke dormindo ao seu lado e se assustando, dando um grito involuntário, e se afastando, confusa e encabulada por estar na mesma cama que ele e ela acaba por se afastar demais, chegando ao fim da cama e caindo de costas no chão em um estrondo que acaba por acordar o outro. Tatsuuke logo acorda, também assustado e preocupado com ela, olhando a anja caída no chão
- Tá tudo bem, Sakury?
- H-hai - ela se levanta, alisando suas costas doloridas e olhando-o da cabeça aos pés, se perguntando por que ele estaria dividindo a mesma cama que a dela e por que, principalmente, ele estaria com seu corpo tão próximo.
- Você melhorou? Aquela chuva de ontem à noite te deixou bem apavorada...
Sakury se levanta, olhando-o corada e ao mesmo tempo assustada pela noite anterior, acenando afirmativamente com a cabeça. Se afastando lentamente e se preparando para invocar a espada. Não se lembrava de mais nada que havia ocorrido após o início da chuva e olhava para seu reflexo em um espelho localizado no outro lado do quarto, na espera que sua parasita aparecesse e lhe explicasse, mas nada.
Tatsuuke olha pra ela, estranhando a reação, fazendo um pedido de desculpas pelo que o irmão tentou fazer na noite passada e pelo susto que ele causou, e explicando o que tinha acontecido durante o ataque de pânico dela. Ela suspira, entendendo o que houve, se sentando cansada na cama e alisando as têmporas tentando reorganizar seus pensamentos.
- Eu vou voltar pra Dymiant e tentar acabar com o reinado do meu pai... Sakury, seu povo também deve estar sofrendo com a guerra né?
- É... - ela olha para baixo, deixando seu cabelo bagunçado cobrir seus olhos violetas  logo após ela o olhou levemente surpresa. “Ele não sabe quem eu sou?” perguntou em pensamento, para si mesma, voltando à expressão normal - Eu sou do reino branco.
- Você é uma anja branca?! Mas e essas asas? - olha pra ela surpreso, apontando pras asas negras dela- Suas asas são escuras.
Ela o olha, levantando o rosto e passando as mãos pela cabeça, tirando o cabelo dos olhos e alisando algumas madeixas nos dedos.
- Uma anja branca que vendeu sua alma para poder ter uma terceira chance de viver - ela ri ironicamente - Eu sou uma shinigami.
Ele fica pensativo, colocando a mão no queixo e analisando os fatos, e olhando um pouco assustado depois de chegar a uma conclusão:
- Uma anja... Shinigami... Você é a rainha dos anjos brancos?
- Nossa, os boatos sobre mim já chegaram a esse ponto? - ela mantém seu olhar frio, o observando.
- Você quer se unir a mim pra acabar com o que meu pai está fazendo? - ele olha esperançoso para ela, com um olhar determinado a cumprir o que fala.
- E ser estuprada de novo? - ela o olha com raiva - Não, obrigada.
Ele olha pra ela de um jeito triste, entregando um colar com um selamento, explicando que se ela mantiver um pequeno fluxo de magia sobre o colar o poder do irmão dele pode ser controlado, mesmo se ele tentar possuir o corpo do anjo seria necessário apenas usar uma magia simples para evitar.
- O único problema que eu tinha era que é necessário mais uma pessoa para controlá-lo...
Ela pega o colar, olhando-o atentamente e ponderando por alguns minutos para enfim concordar com a proposta dele.
- Mas fique avisado que o primeiro deslize, eu te largo a morte...
Ele sorri com a aceitação dela, abraçando-a num momento de felicidade.
- Obrigado, obrigado, obrigado! Faz meses que não acho ninguém disposto a ajudar, normalmente querem é me matar.
Ela cora com a ação dele, ficando sem graça e se afastando, ouvindo uma raposa rir em sua mente.
- Tá, tá, agora calma!
Ele olha pra ela, corando também ao notar que a abraçou por instinto, soltando-a e se preparando pra partir. Os dois saem do hotel e rapidamente vão para uma área afastada, chegando até uma formação rochosa anormal. Ambos abrem um portal usando magia, sendo teletransportados para um pequeno oásis em meio a um deserto, o deserto localizado ao sul do reino dos anjos negros, conhecido Deserto das Areias Gélidas, ele era frio e era constantemente castigado com fortes ventanias de temperaturas baixas. Sakury se encolhe com frio, olhando para a paisagem vazia, sem qualquer construção ou alma viva.
Os anjos caminham por um tempo, se agasalhando com algumas capas de viagem que o Tatsuuke levava na bolsa de viajante, parando pra descansar em algumas rochas que os protegiam contra o vento gélido, o anjo logo tenta puxar conversa, depois de uma caminhada silenciosa.
- E então... Como você governa seu reino se viaja o tempo todo?
- Eu deixo dois servos de confiança tomando as decisões, mas se algo mais urgente acontecer eles me procuram.
- Desculpe pelo que meu pai está fazendo com seu reino...
- Você não tem culpa.
- Só não sei o que os demônios vão tramar se isso acontecer... Eles é que estão por trás disso tudo.
- Eles estão por trás? Eu achava que a culpa era toda daquele filho da puta.
- Meu pai já foi uma pessoa boa um dia, mas os demônios o corromperam e agora estão usando os anjos negros pra destruir os anjos brancos.
- Eu me lembro de vê-lo em alguma reunião entre os reinos quando eu era bem pequena...
- A gente se conhece? Eu ia com meus pais...
-Não sei, não lembro muito da minha infância - ela dá de ombros, olhando para baixo.
- Porque olha tanto pra baixo? Estou incomodando?
- N-não... Não é nada - ela sorri amarelo
- Se você diz... Vamos continuar a caminhada? Tem umas cavernas rochosas um pouco mais ao norte.
- Vamos - ela se levanta, tirando a poeira da roupa.
Os dois voltam a caminhar, dessa vez conversando durante o caminho, dando algumas risadas com algumas situações enfrentadas em suas vidas e descontraindo o clima sério e gélido do local. Os dois se aproximam da caverna quando o sol tinha acabado de se pôr, mas a lua cheia permitia que eles vissem com facilidade o que estava à frente.
Sakury tremia de frio, com a saída do sol o clima que já era gélido tornou-se insuportável. Ela olhava para a entrada da caverna na esperança de lá ser um bom abrigo para passar a noite. A entrada era medonha, com várias estalactites afiadas na sua entrada e seu interior completamente escuro com barulhos de morcegos que se preparavam para uma noite de caçada.
Tatsuuke rapidamente liberou espaço, quebrando as estalactites com a foice e alguns golpes, usando magia para iluminar o interior da caverna, mostrando ser apenas uma caverna pequena e fria, mas que evitava o gélido vendaval que permanecia implacável do lado de fora.
- Vamos ter que dormir juntos se quisermos sobreviver a esse frio... Tudo bem pra você?
- Por que não fazemos uma fogueira? - ela olha para ele, corada. Mexendo em uma bolsa que carregava junto a si na cintura.
Usando de alguns galhos secos ele rapidamente cria uma fogueira usando o poder mágico pra mantê-la acesa, mas ciente de que apenas a fogueira não seria o suficiente pra mantê-los devidamente aquecidos pelas noites gélidas do deserto. Sakury se senta na frente da fogueira, esticando as mãos tentando se aquecer, mas ainda assim continuando a tremer de frio, sentindo-se cada vez mais gelada cada vez mais enquanto o tempo passa lentamente, aumentando sua agonia. Sentindo o frio que a companheira passava Tatsuuke rapidamente a abraça, enrolando-a no mesmo cobertor que ele, aquecendo-os juntamente ao fogo. A princípio a garota se assusta com o movimento rápido dele, tendo se soltar fracamente, mas desistindo rápido e se deixando embalar pelo calor dos braços dele, se aconchegando para se sentir mais confortável sem dar uma única palavra.
Ambos permanecem em silêncio, curtindo o calor um do outro, dando algumas ajeitadas durante a noite para se aquecer mais. Tatsuuke involuntariamente acaricia o braço da anja que já estava quase dormindo, quando ela sentiu a caricia em seu braço a mesma corou violentamente ao mesmo tempo em que estremecia. Ele apenas continuou a acariciar o braço dela, quase dormindo, sem ter noção do que estava fazendo, lutando pra se manter acordado de alguma maneira enquanto ela caiu no sono sem antes entrelaçar os dedos dela com os dedos dele, murmurando baixinho:
- Yue...
A voz dela o faz voltar aos sentidos, olhando para a mesma com os dedos entrelaçados aos dele, corando violentamente.
- Yue? Quem? - ela não o ouviu, completamente adormecida.
-Dormiu...
Enquanto o loiro prestava atenção nela, atônito, as mãos da garota lentamente alisam as coxas dele com as unhas um pouco maiores do que o normal. Ele arrepia, se assustando com o movimento dela, mas ainda ficando junto, com receio de ficar no frio.
- S-sakury?
- Bem, errou - ela ri ironicamente, olhando-o com os olhos vermelhos se esticando para tocar o pescoço dele com os lábios, subindo para a orelha e sussurrando - Até que enfim aquela pirralha me deu brecha.
- Y-youko! - ele se afasta, corando com a proximidade dela - o que você quer?
- Hm... Não sei... - ela se esgueira por ele, deitando-o no chão e o prensando. Olhando-o com um olhar sádico e um sorriso que mostrava suas presas. - O que uma raposa pode querer com um anjo?
- N-não sei...
Ela ri de novo, deitando-se por cima dele, colocando as próprias mãos entrelaçadas por baixo de seu pescoço e apoiando os cotovelos no peito dele ao mesmo tempo em que uma cauda branca aparece e se move lentamente e predatoriamente. O observando e se divertindo com suas reações.
- Você é bem quentinho... - ela leva uma mão no pescoço dele, arranhando-o - E tem um cheiro delicioso.
Ele fica sem reação, olhando assustado ao mesmo tempo em que começa a suar frio, temendo pelo pior.
- Pobre criança acuada... - ela volta a rir mais - Faz tanto tempo que eu não fodo... Que tal nos divertirmos?
- Depois do que eu fiz pra vocês duas é justo eu ser estuprado... -abaixa a cabeça, aceitando o que ela quer.
- Hm.. Não tem graça estuprar homens... Eles não ficam tão duros como deveriam - ela bufa, frustrada.
- Heh? - ela lambe o pescoço dele, alisando sua barriga por baixo da roupa fazendo com que ele arrepie mais, se assustando com a mão dela - Y-youko...
- Que músuculos definidos você tem... - ele fica sem reação com as palavras dela, corando violentamente e fechando os olhos.
Ela levanta a camisa dele, sem retirá-la, observando com desejo a pele branca e desnuda, arranhando-a com as garras, se divertindo com o medo dele. O anjo geme de dor, mantendo os olhos fechados e uma expressão de medo e insegurança no rosto, desejando apenas que aquilo passe logo. A raposa passa a língua pelo peito dele, descendo pela barriga, alisando sua virilha, massageando-a enquanto ela sobe sua boca, sugando um dos mamilos, sentindo ele se estremecer e algo endurecer em suas mãos.
- E não é que está gostando? - ela sobe a boca, dando um chupão no pescoço dele, deixando uma marca roxa.
- Claro que estou gostando - ele sorri maliciosamente, falando com uma voz mais sombria- isso é uma encomenda melhor do que o que estava na caixa.
Ele inverte a posição com ela, mostrando os olhos demoníacos e o sorriso maligno, se esfregando no corpo dela.
- Então é a Youko? Você é uma delícia...
 - Você não... - ela rosna, se afastando, o olhando friamente.
- Porque eu não? Não está doida pra dar aí?
- Por que você fede.
- Eu sou cheirosinho até, e diferente do meu irmão, EU posso te dar uma noite inteira de puro prazer.
- Justamente por isso, eu prefiro os inocentes.
Ele chega perto dela, encurralando-a na caverna, alisando os braços da raposa e olhando maliciosamente para a mesma.
- Não gosta de um bom sexo?
- Não vindo de um nojento como você... - ela o olha em tom de desafio, se preparando para atacá-lo.
- Só porque eu te achei atraente?  Pra mim poderíamos começar algo, já que somos companheiros de viagem...
- Eu não quero nada com um demônio de quinta categoria como você... Bye bye ... - ela o olha uma última vez, fechando os olhos e escorregando pela parede, inconsciente.
- Tch, eu te mostro quem é quinta categoria depois... - ele fecha os olhos e cai por cima dela, dormindo.
Os dois acabam por se abraçar durante o sono, se protegendo do frio instintivamente, deixando os corpos colados no canto de uma escura caverna do deserto, onde se ouvia apenas os sussurros do vento gélido passarem, ficando assim até que a noite começou a clarear e o sol ia lentamente saindo do horizonte, iluminando tudo a sua volta e iluminando os dois. A luz batia diretamente neles, revelando uma garota sorrindo docemente, abraçando o outro enquanto dorme, tendo doces sonhos com o peso e o calor que ele emanava sobre ela. Tatsuuke também sorria durante o sonho, curtindo o carinho e o conforto do contato afetivo há muito tempo esquecido por ele, mesmo acordando ele não parou de abraça-lá, começando a acariciá-la, olhando docemente para a anja que dormia nos seus braços, enquanto se perdia em pensamentos.
Após um tempo a anja se moveu lentamente, reclamando da luminosidade. Resmungando:
- Yuee... Fecha a cortina... - ela abre os olhos, olhando para o outro, corando violentamente sem entender absolutamente nada.
-Heh? Acordou? –ele para de acariciar o braço dela, olhando curiosamente- Quem é esse Yue?
- O-o que você está fazendo comigo?!
- Não sei, a gente acordou assim... A última coisa que eu me lembro foi a raposa tentando me estuprar... -olha pra baixo.
-A... Ah... - ela o olha sem saber o que fazer, pensando consigo mesma  em como ele era quente e confortável.
- Ela deve me odiar né?
- Não você...
- Hein?
- Ela odeia o outro...
- O Devil?
- É - ela sorri sem graça
- Posso te pedir um favor, Sakury?
- Heh?
- Quero continuar assim mais um pouco... Faz tempos que não posso ficar junto de alguém e fazer carinho... - olha pra ela, corado e com uma expressão de carência.
- H-hai - ela cora também, desviando o olhar.
Os dois fecham os olhos, curtindo o carinho um do outro e aproveitando aquele momento único no deserto onde nada cresce, exceto o afeto entre duas pessoas.

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